Veritatis Catholicus

A Presença Real de Cristo na Eucaristia

A Presença Real de Cristo na Eucaristia

 

Jesus instituiu a Eucaristia na Santa Ceia, desde então, a Igreja nunca cessou de celebrá-la, crendo firmemente na presença do Senhor na Hóstia consagrada pelo sacerdote legitimamente ordenado pela Igreja. Nunca a Igreja duvidou da presença real do Corpo, Sangue, Alma e Divindade do Senhor na Eucaristia. Desde os primeiros séculos os Padres da Igreja ensinaram esta grande verdade recebida dos Apóstolos, trata-se de uma tradição ininterrupta que prevalece até os dias de hoje:

Esforçai-vos, portanto, por vos reunir mais frequentemente, para celebrar a Eucaristia de Deus e o seu louvor. Pois quando realizais frequentes reuniões, são aniquiladas as forças de Satanás e se desfaz seu malefício por vossa união na fé. Nada há melhor do que a paz, pela qual cessa a guerra das potências celestes e terrestres. (Santo Inácio de Antioquia, †102, bispo e mártir)

Os fiéis bebem diariamente do cálice do Senhor, para que possam também eles derramar o seu sangue por Cristo. (São Cipriano de Cartago, †258, Epístola 56, n. 1, em tempo de perseguição aos cristãos)

Na Eucaristia está presente “in nuce”, de um modo incoado, a realização do plano salvífico universal de Deus: com Cristo ressuscitado faz-se presente a nova criação, os novos céus e a nova terra, a nova humanidade. Com efeito, na transfiguração gloriosa de Jesus Cristo já se havia inaugurado a renovação escatológica do mundo: no Senhor ressuscitado, o “eschaton” – Aquele que representa as realidades últimas – já está presente o oitavo dia, a eternidade que se manifesta no presente, fazendo com que saboreemos já o que iremos encontrar na vida eterna. (São Basílio Magno, †379, De Spiritu Sancto, 27, 66: SCh 17 bis, 237.)

Recebe o corpo de Cristo; dize Amém e com zelo santifica os olhos ao contato do corpo santo… Depois aproxima-te do cálice. Dize Amém e santifica-te tomando o sangue de Cristo. (São Cirilo de Jerusalém, †386)

O Santíssimo Sacramento é fogo que nos inflama de modo que, retirando-o do altar, espargimos tais chamas de amor que nos tornam terríveis ao inferno. (São Gregório Nazianzeno, †389)

Deu-se todo não reservando nada para si. Não comungar (tomar a Eucaristia) seria o maior desprezo a Jesus que se sente “doente de amor”. (São João Crisóstomo, †407, CT 2,4-5)

Nosso Senhor nos concede tudo o que lhe pedimos na Santa Missa: o que mais vale é que nos dá ainda o que nem sequer cogitamos pedir-lhe e que, entretanto, nos é necessário. (São Jerônimo, †420)

A Eucaristia é o pão de cada dia que se torna como remédio para a nossa fraqueza de cada dia. (Santo Agostinho, †430)

A virtude própria deste alimento divino é uma força de união que nos une ao Corpo do Salvador e nos faz seus membros a fim de que nos transformemos naquilo que recebemos. (Santo Agostinho, †430)

Se ele em pessoa declarou e disse do pão: “Isto é o meu corpo”, quem se atreveria a duvidar doravante? E quando ele afirma categoricamente e diz: “Isto é o meu sangue”, quem duvidaria dizendo não ser seu sangue? (São Cirilo de Alexandria, †444, Quarta Catequese Mistagógica)

Outrora, em Caná da Galileia, por própria autoridade, transformou a água em vinho. Não será digno de fé quando transforma o vinho em sangue? Convidado às bodas corporais, realizou, este milagre maravilhoso. Aos companheiros do esposo não se concederá, com muito mais razão, a alegria de desfrutar do seu corpo e sangue? (São Cirilo de Alexandria, †444, Quarta Catequese Mistagógica)

Portanto, com toda certeza recebemo-los como corpo e sangue de Cristo. Em forma de pão te é dado o corpo, e em forma de vinho o sangue, para que te tornes, tomando o corpo e o sangue de Cristo, con-corpóreo e consanguíneo com Cristo. Assim nos tornamos portadores de Cristo (cristóforos), sendo nossos membros penetrados por seu corpo e sangue. Desse modo, como diz o bem-aventurado Pedro, “tornamo-nos participes da natureza divina”. (São Cirilo de Alexandria, †444, Quarta Catequese Mistagógica)

Não consideres, portanto, o pão e o vinho como simples elementos. São, conforme a afirmação do Mestre, corpo e sangue. Se os sentidos isto te sugerem, a fé te confirma. Não julgues o que se propõe segundo o gosto, mas pela fé tem firme certeza de que foste julgado digno do corpo e sangue de Cristo. (São Cirilo de Alexandria, †444, Quarta Catequese Mistagógica)

Glória ao remédio da vida. (Santo Efrém Sírio, †444)

A comunhão reprime as nossas paixões: ira e sensualidade principalmente. (São Bernardo, †1153, doutor da Igreja)

Fica sabendo, ó cristão, que mais merece ouvir devotamente uma só missa do que distribuir todas as riquezas aos pobres e peregrinar toda a terra. (São Bernardo, †1153, doutor da Igreja)

Dos sete Sacramentos da Igreja, o mais importante é a Eucaristia, porque contém realmente o Cristo em pessoa, enquanto os outros contêm uma virtude instrumental participada de Cristo. (Santo Tomás de Aquino, †1274, Suma Teológica, III, q. 65, a. 3.)

O martírio não é nada em comparação com a Santa Missa. Pelo martírio, o homem oferece a Deus a sua vida; na Santa Missa, porém, Deus dá o seu Corpo e o seu Sangue em sacrifício para os homens. Se o homem reconhecesse devidamente esse mistério, morreria de amor. A Eucaristia é o milagre supremo do Salvador; é o dom soberano do Seu amor. (Santo Tomás de Aquino, †1274)

A Comunhão destrói a tentação do demônio. (Santo Tomás de Aquino, †1274)

O tempo passado diante do Sacrário (onde fica a hóstia consagrada, Eucaristia) é o tempo mais bem empregado da minha vida. (Santa Catarina de Gênova, †1510)

Pela consagração do pão e do vinho se efetua a conversão de toda a substância do pão na substância do corpo de Cristo Nosso Senhor, e de toda a substância do vinho na substância do seu sangue. (Concílio de Trento, de 1551 a 1552, Sessão XIII, cap. 4, n. 877.)

Sem a Santa Missa, que seria de nós? Tudo perecia neste mundo, pois somente ela pode deter o braço de Deus. (Santa Teresa de Ávila, †1582)

A devoção ao Santíssimo Sacramento e a devoção à Santíssima Virgem são, não o melhor, mas o único meio para se conservar a pureza. Somente a comunhão é capaz de conservar um coração puro aos 20 anos. Não pode haver castidade sem a Eucaristia. (São Filipe Neri, †1595)

Duas espécies de pessoas devem comungar com frequência: os perfeitos para se conservarem perfeitos, e os imperfeitos para chegarem à perfeição. (São Francisco de Sales, †1622, doutor da Igreja)

A Missa é o sol da Igreja. (São Francisco de Sales, †1622, doutor da Igreja)

Jesus Cristo na Santa Missa é médico e remédio. (Santo Afonso de Ligório, †1787)

Uma alma não pode fazer nada que agrada a Deus mais do que comungar em estado de graça. (Santo Afonso de Ligório, †1787)

Sem a Missa, a terra já teria sido aniquilada, há muito tempo, por causa dos pecados dos homens. (Santo Afonso de Ligório, †1787)

Cada hóstia consagrada é feita para se consumir de amor em um coração humano. Se conhecêssemos o valor do Santo Sacrifício da Missa, que zelo não teríamos em assistir a ela. (São João Maria Vianney, †1859)

A Sagrada Comunhão é a derradeira graça de amor, e nela Jesus Cristo se une espiritual e realmente ao fiel, a fim de nele produzir a perfeição de sua Vida e de sua Santidade. (São Pedro Julião Eymard, †1868)

Quereis que o Senhor vos dê muitas graças? Visitai-o muitas vezes. Quereis que Ele vos dê poucas graças? Visitai-o poucas vezes. Quereis que o demônio vos assalte? Visitai raramente a Jesus Sacramentado (Jesus Eucarístico). Quereis que o demônio fuja de vós? Visitai a Jesus muitas vezes. Quereis vencer o demônio? Refugiai-vos sempre aos pés de Jesus. Quereis ser vencidos? Deixai de visitar Jesus… (São João Bosco, †1888)

A Eucaristia […] deve-se considerar como continuação e ampliação da encarnação. (Papa Leão XIII, Carta Encíclica Mirae Caritatis, 28 de maio de 1902, n. 7.)

Eu acredito que no Sacramento da Eucaristia está verdadeiramente presente Jesus Cristo, porque Ele mesmo o disse, e assim no-lo ensina a Santa Igreja. (São Pio X, †1914, Catecismo de São Pio X, n. 596.)

Jesus, na Eucaristia, é penhor seguro da sua presença nas nossas almas; do seu poder, que sustenta o mundo; das suas promessas de salvação, que ajudarão a que a família humana, quando chegar o fim dos tempos, habite perpetuamente na casa do Céu, em torno de Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo: Santíssima Trindade, Deus único. (São Josemaria Escrivá, †1975, Cristo que passa, n. 153.)

Cremos que como o pão e o vinho consagrados pelo Senhor, na Última Ceia, foram mudados no seu Corpo e no seu Sangue, que iam ser oferecidos por nós na Cruz, assim também o pão e o vinho consagrados pelo sacerdote se mudam no Corpo e no Sangue de Cristo glorioso que está no céu, e cremos que a misteriosa presença do Senhor naquilo que misteriosamente continua a aparecer aos nossos sentidos do mesmo modo que antes, é uma presença verdadeira, real e substancial. (cf. Dz. Sch. 1651) […] Toda explicação teológica que procura alguma inteligência deste mistério deve, para estar de acordo com a fé católica, admitir que na própria realidade, independentemente do nosso espírito, o pão e o vinho cessaram de existir depois da consagração, de tal modo que estão realmente diante de nós o Corpo e o Sangue adoráveis do Senhor Jesus, sobre as espécies sacramentais do pão e do vinho, conforme Ele assim o quis, para se dar a nós em forma de alimento e para nos associar à unidade do seu Corpo Místico. (cf. S. Th., III, 73, 3) […] A única e indivisível existência do Senhor glorioso que está no céu não é multiplicada, mas torna-se presente pelo Sacramento, em todos os lugares da terra onde a Missa é celebrada. E permanece presente, depois do sacrifício, no Santíssimo Sacramento, que está no Sacrário, coração vivo de cada uma das nossas igrejas. E é para nós um dulcíssimo dever honrar e adorar na sagrada Hóstia, que os nossos olhos vêem, o Verbo Encarnado, que eles não podem ver e que, sem deixar o céu, se tornou presente no meio de nós. (Papa Paulo VI, †1978, Profissão de Fé, Credo do Povo de Deus)

Este pão é Jesus. Alimentar-nos dele significa receber a própria vida de Deus, abrindo-nos à lógica do amor e da partilha. (São João Paulo II, †2005)

 

Esse mesmo pão eucarístico, oferecido um dia por nós, é entregue sem interrupção para que os homens, separados uns dos outros outrora mas chamados de novo muitas vezes à unidade, em si descubram novo amor para com Deus e entre si novo vínculo de fraternal amizade. (São João Paulo II, †2005)

Na Eucaristia nós contemplamos o Sacramento desta síntese viva da lei: Cristo entrega-nos em si mesmo a plena realização do amor a Deus e do amor aos irmãos. Ele comunica-nos este seu amor quando nos alimentamos do seu Corpo e do seu Sangue. (Papa Bento XVI)

A Eucaristia é o nosso tesouro mais precioso. Ela é o sacramento por excelência; introduz-nos antecipadamente na vida eterna; contém em si todo o mistério da nossa salvação; é a fonte e o ápice da ação e da vida da Igreja. (Papa Bento XVI)

Com a comunhão Jesus nos dá forças […] aquilo que está sobre o altar parece pão, mas não é propriamente pão, é o Corpo de Jesus. Jesus vem ao nosso coração. Pensemos nisso, o Pai nos deu a vida, Jesus nos deu a salvação, nos acompanha, nos guia, nos sustenta, nos ensina. O Espírito Santo, nos ama, nos dá o amor. (Papa Francisco, 27 de Maio de 2013 – Paróquia de Santa Isabel e São Zacarias, Roma – Santa Missa de Primeira Comunhão)

Ação de graças é chamada de “Eucaristia” em grego. Por isso, o sacramento é chamado de Eucaristia, é a ação de graças suprema ao Pai, que nos amou o suficiente para nos dar o seu Filho. É por isso que o termo Eucaristia resume aquele gesto, gesto que é de Deus e do homem juntos, um gesto de Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Por isso, a celebração da Eucaristia é muito mais do que um simples banquete: é o memorial da Páscoa de Jesus, o mistério central da salvação. “Memorial” não significa apenas uma lembrança, uma memória simples, mas significa que, todas as vezes que celebramos este sacramento, participamos do mistério da paixão, morte e ressurreição de Cristo. A Eucaristia é o ápice da ação de salvação de Deus, o Senhor Jesus fazendo-se o pão a cada um de nós, derrama toda a sua misericórdia e seu amor, de modo a renovar os nossos corações, nossas vidas e a forma com que nos relacionamos com Ele e com os outros. […] O poder do Espírito Santo, a participação na mesa eucarística, nos configura de uma forma tão profunda com Cristo que nos faz saborear desde já aquela comunhão plena com o Pai que caracteriza o banquete celestial, onde com todos os santos, teremos a alegria de contemplar Deus face a face. Queridos amigos, nunca será suficiente agradecer a Deus pelo dom que Ele nos deu na Eucaristia! É um presente tão grande e por isso que é tão importante ir à missa no domingo. Ir à missa não só para rezar, mas para receber a comunhão, este pão que é o Corpo de Jesus Cristo que nos salva, nos perdoa, que nos une ao Pai. (Papa Francisco, 5 de Fevereiro de 2014)

Assim vive a Igreja em seus 2000 anos, pois na Última Ceia, Jesus foi muito claro: “Isto é o meu corpo”. “Isto é o meu sangue”:

Enquanto comiam, Jesus tomou um pão e, tendo-o abençoado, partiu-o e, distribuindo-o aos discípulos, disse: “Tomai e comei, isto é o meu corpo“. Depois, tomou um cálice e, dando graças, deu-lho dizendo: “Bebei dele todos, pois isto é o meu sangue, o sangue da Aliança, que é derramado por muitos para remissão dos pecados. (Mt 26,26-28)

Ele não falou de “símbolo”, nem de “sinal”, nem de “lembrança”. São Paulo atesta a presença do Senhor na Eucaristia quando afirma:

O cálice de bênção que abençoamos não é comunhão com o sangue de Cristo? O pão que partimos não é comunhão com o corpo de Cristo? Já que há um único pão, nós, embora muitos, somos um só corpo, visto que todos participamos desse único pão. (1Cor 10,16-17)

E o Apóstolo, que não estava na Última Ceia, recebeu esta certeza por revelação especial do próprio Senhor a ele:

Com efeito, eu mesmo recebi do Senhor o que vos transmiti: na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o pão e, depois de dar graças, partiu-o e disse: “Isto é o meu corpo, que é para vós; fazei isto em memória de mim”. Do mesmo modo, após a ceia, também tomou o cálice, dizendo: “Este cálice é a nova Aliança em meu sangue; todas as vezes que dele beberdes, fazei-o em memória de mim.” Todas as vezes, pois, que comeis desse pão e bebeis desse cálice, anunciais a morte do Senhor até que ele venha. (1 Cor 11, 23-26)

Sem dúvida a Eucaristia é o maior e o mais belo milagre que o Senhor realizou e quis que fosse repetido a cada Missa, para que Ele pudesse estar entre nós, a fim de nos curar e nos alimentar:

A Eucaristia é fonte e centro de toda a vida cristã (LG,11). Os restantes sacramentos, porém, assim como todos os ministérios eclesiásticos e obras de apostolado, estão vinculados com a Sagrada Eucaristia e a ela se ordenam. Com efeito, na santíssima Eucaristia está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, isto é, o próprio Cristo, nossa Páscoa. (PO,5 e CIC 1324)

O Catecismo da Igreja nos garante que:

Os milagres da multiplicação dos pães […] prefiguram a superabundância deste pão único da Eucaristia. (CIC, n.1335)

Tudo o que foi dito até aqui está baseado principalmente nas próprias palavras de Jesus, naquele memorável discurso sobre a Eucaristia, na sinagoga de Cafarnaum, que São João relatou com detalhes no capítulo 6 do seu Evangelho:

Eu sou o pão da vida. Vossos pais no deserto comeram o maná e morreram. Este pão é o que desce do céu para que não pereça quem dele comer. Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. O pão que eu darei é a minha carne para a vida do mundo. Os judeus discutiam entre si, dizendo: “Como esse homem pode dar-nos a sua carne a comer?” Então Jesus lhes respondeu: “Em verdade, em verdade, vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue é verdadeiramente uma bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim, e eu nele. Assim como o Pai, que vive, me enviou e eu vivo pelo Pai, também aquele que de mim se alimenta viverá por mim, Este é o pão que desceu do céu. Ele não é como o que os pais comeram e pereceram; quem come este pão viverá eternamente”. (Jo 6, 48-58)

Não há como interpretar de modo diferente estas palavras, senão admitindo a presença real e maravilhosa do Senhor na Hóstia sagrada.

Nunca Jesus exigiu tanto a fé dos Apóstolos como neste momento. E, se exigiu tanto, sem dar maiores esclarecimentos como sempre fazia, é porque os discípulos tinham entendido muito bem do que se tratava, bem como o povo que o deixou dizendo:

Muitos de seus discípulos, ouvindo-o, disseram: “Essa palavra é dura! Quem pode escutá-la?” (Jo 6, 60)

A partir daí, muitos dos Seus discípulos voltaram atrás e não andavam mais com ele. (Jo 6, 66)

Lamentavelmente a Cruz e a Eucaristia foram e continuam a ser “pedra de tropeço” para os que não creem, mas Jesus exigiu até o fim esta fé. Aos próprios Apóstolos ele disse:

Então, disse Jesus aos Doze: “Não quereis também vós partir?”. (Jo 6, 67)

Ao que Pedro responde na fé, não pela inteligência:

Simão Pedro respondeu-lhe: “Senhor, a quem iremos? Tens palavras de vida eterna e nós cremos e reconhecemos que tu és o Santo de Deus. (Jo 6, 68-69)

Também para cada um de nós a Eucaristia será sempre uma prova de fogo para a nossa fé; mas, crendo na palavra do Senhor e no ensinamento da Igreja, seremos felizes.

Quando a reforma protestante pôs em dúvida a presença real e permanente do Senhor na Eucaristia, o Concílio de Trento (1545-1563) assim se expressou:

Porque Cristo, nosso Redentor, disse que o que Ele oferecia sob a espécie do pão era verdadeiramente o seu Corpo, sempre na Igreja se teve esta convicção que o sagrado Concílio de novo declara: pela consagração do pão e do vinho opera-se a conversão de toda a substância do pão na substância do Corpo de Cristo nosso Senhor, e de toda a substância do vinho na substância do seu Sangue; e esta mudança, a Igreja católica chama-lhe com justeza e exatidão, transubstanciação. (DS, 1642; CIC n.1376).

Acima de tudo é preciso recordar que a Igreja recebeu do Senhor o carisma da infalibilidade em termos de fé e de moral, a fim de não permitir que os seus filhos sejam enganados no caminho da salvação:

e rogarei ao Pai e ele vos dará outro Paráclito, para que convosco permaneça para sempre (Jo 14, 16)

Mas o Paráclito, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos disse. (Jo 14, 26)

Tenho ainda muito que vos dizer, mas não podeis agora suportar. Quando vier o Espírito da Verdade, ele vos conduzirá à verdade plena, pois não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas futuras. (Jo 16, 12-13)

O Senhor disse aos apóstolos que o Paráclito viria para instrui-los e que permaneceria “para sempre”, e não que o Paráclito viria “apenas quando ocorresse a reforma protestante 1500 anos depois”, negar isso e afirmar que a Igreja Católica viveu 1500 anos no erro, é negar uma promessa do próprio Cristo. Portanto, o que a Igreja garante há vinte séculos, jamais podemos duvidar, sob pena de estarmos duvidando do próprio Jesus.

Para os que se apoiam em meras interpretações particulares das palavras de Nosso Senhor, na tentativa de negar a presença real de Jesus Cristo na Sagrada Eucaristia, lembremos que fazer uso do livre exame das escrituras e tirar conclusões pessoais – que contradizem a legítima interpretação das escrituras ensinada pelo magistério da Igreja – é perigoso e pode levar à ruína:

Isto mesmo faz ele em todas as suas cartas, ao falar nelas desse tema. É verdade que em suas cartas se encontram alguns pontos difíceis de entender, que os ignorantes e vacilantes torcem, como fazem com as demais Escrituras, para a sua própria perdição. Vós, portanto, amados, sabendo-o de antemão, precavei-vos, para não suceder que, levados pelo engano desses ímpios, venhais a cair da vossa firmeza.(2 Pe 3, 16-17)

Para auxiliar a nossa fraqueza, Deus permitiu que muitos milagres eucarísticos acontecessem entre nós: Lanciano (sec. VIII), Ferrara (1171), Orvieto (1264), Offida (1273), Sena (1330 e 1730), Turim (1453), etc., que atestam ainda hoje o Corpo vivo do Senhor na Eucaristia, comprovado pela própria ciência. Há tempos, foi traçado na Europa um “mapa eucarístico”, que registra o local e a data de mais de 130 milagres. Recomendamos a todos que pesquisem e conheçam todos estes milagres, nos quais o mistério da Eucaristia brilhou com toda sua força e majestade.


Adoração Perpétua ao Santíssimo – Capela 24h ao vivo no Santuário São Judas em Sorocaba-SP – Padre Flávio Miguel Junior. O mesmo link transmite a Santa Missa Domingo às 8h, 10h e 19h. Entre no link, contemple e adore Jesus Eucarístico, verdadeiramente pão na Sagrada Eucaristia:

http://www.saojudastadeu.org.br/site/capela-do-santissimo-ao-vivo/

Prof. Felipe Aquino, texto adaptado por Veritatis Catholicus.

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