Veritatis Catholicus

Maria sempre foi chamada de Nossa Senhora

Sempre Nossa Senhora

 

Nossa Senhora, assim sempre foi chamada a Virgem Maria, o título de Senhor e Senhora, desde os primeiros séculos do Cristianismo, eram usados para os senhores de escravos, muito comum naquele tempo. Dentro desse contexto, a Virgem Maria disse ao anjo:

Eis aqui a escrava do Senhor. (Lc 1,38)

“Jesus é o Senhor”, como disse São Paulo (Fl 2,11); é o Rei dos Reis; e Sua Mãe é Rainha por consequência. Por isso, a Igreja entendeu que deveria chama-lá de Nossa Senhora. Os súditos do Rei eram também servos da Rainha. Ora, se somos súditos de Jesus, o somos também de Maria. A Ladainha Lauretana chama a Virgem Maria de Rainha dos Anjos, Rainha dos Santos, Rainha dos Apóstolos, Rainha dos Mártires, Rainha dos Confessores, Rainha das Virgens, Rainha dos Profetas. Ora, toda Rainha é Senhora em seu reino.

Nossa Senhora, agradável a Deus, aos anjos e aos homens, Nossa Senhora é aquela “cheia do Espírito Santo”, como a saudou sua prima Santa Isabel, que em alta voz disse:

Bendita és tu entre as mulheres. (Lc 1,42)

Diz o Concílio Vaticano II:

Ela é a filha predileta de Deus, aquela que, na Santa Igreja, ocupa o lugar mais alto depois de Cristo e o mais perto de nós. (Lumen Gentium, n. 53-54)

São Bernardo, doutor da Igreja, o apaixonado cantor de Nossa Senhora, no Sermão 47 diz:

Ave Maria, cheia de graça, porque é agradável a Deus, aos anjos e aos homens. Aos homens, por causa de sua fecundidade; aos anjos, por sua virgindade; a Deus por sua humildade. Ela mesma atesta que Deus olhou para ela porque viu sua humildade.

São Tomas de Aquino afirmou:

A bem-aventurada Virgem Maria, pelo fato de ser Mãe de Deus, tem uma espécie de dignidade infinita por causa do bem infinito que é Deus.

Afirma Santo Afonso de Ligório, doutor da Igreja:

 

A graça que adornou a Santíssima Virgem sobrepujou não só a de cada um em particular, mas a de todos os santos reunidos.

Ela é Nossa Senhora! Exemplo de todas as virtudes, diz São Tomás de Aquino:

Maria é um espelho especialíssimo de Deus, os outros santos são exemplos de virtudes particulares: um foi humilde, outro casto, outro misericordioso, e assim nos são oferecidos como exemplos de uma virtude. Mas a bem-aventurada Virgem é exemplo de todas as virtudes.

São Bernardo e Santo Antônio, doutores da Igreja, afirmam que:

Para ser eleita e destinada à dignidade de Mãe de Deus, devia a Santíssima Virgem possuir uma perfeição tão grande e consumada, que nela excedesse todas as outras criaturas.

Repetiu várias vezes o Senhor:

Quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado. (Mt 23,12)

Logo que Deus determinou fazer-se Homem para redimir o homem decaído e assim manifestar ao mundo Sua misericórdia infinita, certamente buscava entre todas as mulheres aquela que fosse a mais santa e humilde para ser Sua Mãe. Como diz o Livro dos Cânticos:

Há um sem número de virgens (a meu serviço), mas uma só é a minha pomba, a minha eleita. (Ct 6,8-9)

Foi por sua imensa humildade que Deus tanto exaltou Maria e a fez Sua Mãe, Rainha e Nossa Senhora. E a própria Virgem diz no seu canto:

Porque olhou para a humildade de sua serva, por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações. (São Lucas 1, 46-48)

Foi essa humildade, profunda e real que tanto encantou o coração de Deus, fez com que a elegesse a bendita entre as mulheres, Sua Mãe, Nossa Mãe e Nossa Senhora.

Prof. Felipe Aquino, texto adaptado por Veritatis Catholicus.

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