Veritatis Catholicus

Eis aí a tua Mãe (Jo 19, 27)

Maria é Nossa Mãe

 

Maria é Nossa Mãe. Muitos católicos ainda não entenderam o que significa a maternidade espiritual de Maria na vida de cada um dos batizados. Foi um desejo explícito de Jesus que Maria fosse a nossa Mãe; e nós, seus filhos. Ele o quis! Na cruz, agonizando, com lábios de sangue, antes de entregar o espírito ao Pai, Ele nos fez filhos de Sua Mãe. Olhou para o discípulo que tanto amava e disse:

Eis aí a tua Mãe. E João a levou para a sua casa. (Jo 19,27)

Maria foi a última dádiva que Jesus nos deixou. Rejeitá-la como Mãe seria pois terrível, seria o mesmo que dizer a Jesus: “Eu não quero receber a Tua Mãe para minha Mãe”. Sem dúvida esta recusa seria para Jesus pior do que aquela última estocada da ponta da lança no Seu divino coração; pior do que aquelas afrontas, tapas no rosto, açoites e espinhos que Ele recebeu… Seria uma insana ousadia recusar a Sua Mãe, para nossa Mãe. “Eis aí a tua Mãe”.

Leve-a para a tua casa e Ela conquistará todas as graças. Se Jesus, meu irmão, deixou-nos a Sua Mãe para nossa Mãe, é porque isto é indispensável para a salvação de cada um de nós. Grandes santos e doutores da Igreja, como S. Bernardo, Santo Afonso de Ligório, e outros, afirmam que:

Maria é necessária para a nossa salvação.

S.Luis de Montfort, nos pergunta:

Se Deus, que é onipotente, e portanto não precisava dela para salvar o mundo, e no entanto, quis precisar dela, será que você é tão orgulhoso que acha que pode se salvar sem o seu auxílio?

Só Jesus é o Salvador (At 4,12). Sabemos que só Jesus é “o único Mediador entre Deus e os homens” (1 Tm2,5), mas Maria é a grande Auxiliadora dos Cristãos; Maria é Nossa Mãe; Aquela que nos leva à fonte da salvação, a Jesus. Se foi por Ela que Jesus veio a nós, então, dizem os santos, é também por Ela que devemos ir a Jesus.

A Igreja já cansou de ensinar que, em nada, a mediação de Maria substitui a única e indispensável Mediação de Jesus; é apenas uma mediação subordinada, auxiliar, Materna. Depois que o demônio consegue fazer alguém escravo do pecado, em seguida trabalha arduamente para afastá-lo de Maria, pois sabe que Ela é o Refúgio dos pecadores; isto é, aquela que poderá convencê-lo a deixar o pecado e voltar à fonte da graça.

 

É por isso que, infelizmente, muitos trazem no coração uma certa rejeição a Maria, como se ela fosse uma “rival” de Jesus. É tentação! É uma forte tentação! Jesus continua a nos dizer hoje: “Eis aí a tua Mãe!” Leve-a para casa! Jesus é carne de Maria, Jesus é sangue de Maria, Jesus foi gerado em Maria. Maria é Nossa Mãe, dizem os santos doutores:

E se Ela, gerou a Cabeça da Igreja, haverá de gerar também os Seus membros.

A Igreja é o Corpo de Cristo; Ele é a Cabeça, e nós os membros. Ela gerou a Cabeça, e deve gerar também os membros. E aí está a grande missão de Maria na vida de cada um de nós: ser nossa Mãe espiritual. Assim como a nossa mãe terrena nos gerou e educou segundo a natureza, Jesus quis e quer que a Sua Mãe nos gere e eduque segundo a graça. A missão da mãe é gerar e educar.

A maior glória que se pode dar a Deus Pai, dizem os santos, é que Jesus seja formado em nós. Deus nos predestinou para sermos conformes a “imagem de seu Filho” (Rom 8, 29). E quem faz essa obra em nós é o Espírito Santo e Maria, afirma S. Luis de Montfort. Jesus fez-se nosso Irmão pelo mistério da Encarnação – somos filhos no Filho – então Maria é também nossa Mãe, e a sua missão é formar-nos para Deus. Esta a missão da maternidade espiritual de Maria.

Santo Agostinho chamou Maria de a “forma Dei”; isto é, a fôrma de Deus, o molde que Deus usa para fazer santos em série, como se faz imagens em série. Diz S. Luis de Montfort:

Sem Maria, é árduo, difícil, perigoso e demorado o caminho até a santidade; mas com Maria esse caminho se torna suave, seguro, rápido, e não desistiremos dele.

Enfim, Maria é o grande Auxílio que Jesus nos deixou para vencermos toda fraqueza e miséria que enfrentamos na luta contra nós mesmos, contra o mundo e contra o demônio. Seremos tão insensatos e orgulhosos, a ponto de dizer: “Jesus, eu não preciso de Tua Mãe”? Não sejamos insensatos! Não podemos dar essa alegria ao demônio. Maria é Nossa Mãe.

Prof. Felipe Aquino, texto adaptado por Veritatis Catholicus.

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